Sou interessante, mas não estou na moda. Estrelando: Nissan Tiida

Existem muitos carros no mercado brasileiro que são opções bastante interessantes para o consumidor. Muitos são antigos e têm ótima relação custo/benefício. Outros são bem equipados, modernos e com ótimo desempenho. Mas nem sempre ter boas qualidades significa garantia de boas vendas. É o caso do Nissan Tiida.

A marca já tentou várias vezes fazer seu modelo “pegar” no mercado, mas nada parece dar certo. Depois do seu lançamento, em 2007, o Tiida era criticado por três questões: motor 1.8 que só podia ser abastecido com gasolina; preço pouco atraente para um marca e um veículo que precisavam ganhar mercado; e o visual que não arranca suspiros. Resultado: não vendeu bem.

Para a linha 2009, os japoneses esperavam que o etanol desse o impulso que faltava para o Tiida alavancar de vez suas vendas no Brasil. O motor, que antes gerava 124 cv de potência com gasolina, passou a desenvolver 125 cv com o derivado do petróleo e 126 cv com álcool. Resultado: continuou não vendendo bem.

Solucionado o primeiro problema, a marca japonesa concentrou seus esforços para corrigir o segundo questionamento do veículo. Para a linha 2010, toda as versões tiveram uma redução média de R$ 3.000 no preço sugerido, fazendo com que o Tiida mais simples (S 1.8 manual) pudesse ser encontrado a partir de R$ 48.990, e a versão mais completa (SL 1.8 automática) fosse vendida por R$ 57.990.

Além disso, a Nissan fez pequenas alterações visuais no seu hatch médio. Na verdade, só a grade dianteira mudou, o que foi uma decepção para muitos. As linhas continuaram as mesmas, com a frente inspirada no sedã Maxima e o restante do conjunto com o aspecto “minivanizado” – ressaltando que design é um item de gosto subjetivo: basta lembrar que a dupla Logan e Doblò tem boa procura, mesmo com a estética nem um pouco atraente.

Segundo a Fenabrave, em 2008, primeiro ano completo do Tiida no Brasil, foram comercializados 3.280 carros – média de 273 unidades por mês. Em 2009, a média mensal subiu para 323 carros – total de 3.882 unidades vendidas em 12 meses – mas continuou abaixo da expectativa da Nissan, que era de 350 Tiidas vendidos ao mês. Em 2010, o Tiida continua sem arrancar suspiros, embora ligeiramente melhores: média de 350 unidade mensais, bem abaixo da meta de 500 vendas estipulada pela Nissan.

Conjunto da obra

Pensando no todo, o Tiida é um carro bem interessante. Com três anos de garantia, ele vem importado do México para o Brasil unicamente com o motor 1.8 16V flex (o mesmo da família Livina), que tem desempenho interessante com o câmbio manual de seis marchas. Quando equipado com a transmissão manual de quatro velocidades, seu comportamento fica suave, mas falta harmonia ao conjunto. Uma quinta marcha seria bem-vinda, especialmente na estrada.

Internamente, o acabamento não  é muito luxuoso, mas é bem feito. O destaque fica mesmo por conta do espaço interno, bom para cinco pessoas. Para a linha 2010, a linha Tiida contou com a introdução de novos equipamentos de série, como a chave presencial I-Key para a versão SL, e o ajuste de altura do banco do motorista para a S. Além disso, o modelo sai da fábrica com ar-condicionado, vidros e travas com acionamento elétrico, direção elétrica com assistência variável, travamento automático das portas com veículo em movimento e airbag duplo desde a versão de entrada, S, que tem preço sugerido de R$ 48.990.

A SL, que tem valor sugerido de R$ 52.990, vem com os mesmos itens da S, além de freios ABS integrados ao controle eletrônico de frenagem (EBD) e ao assistente de frenagem (BAS), ar-condicionado automático digital e banco traseiro reclinável deslizante na horizontal (que pode ser deslocado em até 24 cm), que faz o espaço do porta-malas variar de 289 litros a 463 litros. Completo, com câmbio automático, seu valor sobe para R$ 57.990.

Mas então por que não vende bem?

Como vocês viram, o carro tem um conjunto atraente. Mas é difícil explicar exatamente quais são os motivos para o Tiida não ter caído no gosto do brasileiro, ainda mais depois das “correções”. O primeiro, como já foi dito, é  o visual. Mas, repetindo, este é um item subjetivo.

O segundo, mais realista, é a falta de agressividade da Nissan em relação ao veículo. Faltam anúncios, campanhas e outras ações de marketing para colocar o Tiida na “cabeça do povo”. Por fim, aliado à falta de agressividade, falta ousadia à Nissan. Acredito que o Tiida teria uma procura muito maior se o seu preço rivalizasse com o do Chevrolet Astra, na casa dos R$ 45.000.

E para você, por que o Tiida não vende no Brasil?

Fonte: Jalopnik
Fotos: Nissan/Divulgação

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