Motor 1.8 16V Ecotec já esteve entre nós

O motor 1.8 8V Flexpower está cada vez mais sumindo do mercado. Porém, outro motor 1.8 da Chevrolet vem criando grande expectativa: é o 1.8 16V Ecotec, que deverá virar bicombustível quando passar a equipar os Cruze sedã e hatch, previstos para serem lançados no Brasil ainda em 2011. Derivado da Família 1 da GM, como bem disse o amigo Marlos Ney Vidal, o propulsor já esteve entre nós, à venda no Brasil.

No Cruze vendido na Argentina, motor 1.8 16V Ecotec tem 141 cv

Mas ele não era tão avançado como atualmente. Suas melhorias vieram depois. Na época, em 2002, o 1.8 16V rendia 122 cv de potência a 5.600 rpm e 17,3 kgfm de torque a 3.600 rpm no Meriva e a mesma potência e mais torque no Fiat Stilo, 17,4 kgfm, com a mesma rotação, graças a um pequeno ajuste feito pelos italianos.

Em janeiro de 2005, a Quatro Rodas publicou o teste dos 60.000 km com o Stilo 1.8 16V. Vejam o que foi dito:

“No decorrer dos 60.952 quilômetros, não tivemos nem sinal de fumaça de problema com o motor. Nada. Quando abrimos seu “andar superior”, a confirmação de que estava tudo em ordem. Cabeçote, comando e válvulas tinham apenas resíduos de carbonização, “condizentes com a quilometragem”, segundo Fukuda. A compressão dos cilindros estava nos níveis estipulados pela Fiat e em valores bem próximos nas quatro câmaras de combustão. Pistões e bielas não apresentaram desgaste significativo.

O que nos causou surpresa, no entanto, foi a parte inferior do motor, onde encontramos uma folga axial do virabrequim acima do previsto pela fábrica – o padrão é de 0,12 a 0,25 milímetro, e nosso Stilo apresentou 0,45 milímetro de folga. O semi-anel posterior de encosto do virabrequim – onde ele vai apoiado no bloco do motor – também apresentou desgaste excessivo e estava abaixo das medidas.

Essa folga é uma espécie de “jogo” longitudinal no eixo. Segundo nosso consultor Fábio Fukuda, o problema iria provocar o desgaste prematuro de bronzinas de mancais e bielas, causando ruídos no motor e comprometendo sua durabilidade.

Segundo Carlos Henrique Ferreira, engenheiro da Fiat (mas que hoje está na Renault), o problema teria sido causado pelo fato de se andar com o pé apoiado na embreagem. Ao analisarmos as peças, constatamos que disco e platô não apresentaram sinais de que a embreagem do veículo tivesse sido utilizada de forma incorreta. Segundo Fukuda, só resta a hipótese de que a causa para a folga do virabrequim esteja no semi-anel de encosto, que pode ter saído de fábrica com folga excessiva.”

De acordo com números da Fiat, o Stilo 1.8 16V (manual de cinco marchas) precisava de 10,3 s para ser acelerado de 0 a 100 km/h e atingia velocidade máxima de 195 km/h. Em relação ao consumo, sem com gasolina, a média era de 10,5 km/l na cidade e 15,5 km/l na estrada – números bem generosos divulgados pela Fiat. A Quatro Rodas conseguiu média de 9,8 km/l no circuito misto depois de rodar 60.952 km e gastar 6.118 litros de combustível.

Já segundo a Chevrolet, o Meriva 1.8 16V (manual de cinco marchas) precisava de 11,9 s para ser acelerado de 0 a 100 km/h e atingia velocidade máxima de 185 km/h.

Agora que o motor 1.8 16V “antes de Ecotec” está novamente próximo a nossa realidade, vale repetir os números de potência e torque do Ecotec divulgados oficialmente pela Chevrolet na Argentina: 141 cv a 6.200 rpm e 17,9 kgfm a 3.800 rpm, lembrando que a motorização não é flex. Quando passar a ser bicombustível, a estimativa é que a potência suba para a casa dos 148 cv com etanol.

Segundo a Chevrolet, equipado com o propulsor 1.8 16V Ecotec a gasolina, o Cruze sedã (manual de cinco marchas) precisa de 10 s para ser acelerado de 0 a 100 km/h e atinge 200 km/h de velocidade máxima.

Qual a sua expectativa em relação ao motor 1.8 16V Ecotec? Será que a Chevrolet vai conseguir peder a fama de só ter motorizações antigas e ultrapassadas nos carros nacionais?

Foto: Chevrolet/Divulgação

Comentários

  • Mário Cesar disse:

    Espero que esse motor 1.8 16V Ecotec mantenha as boas características do 2.0 8V, tal como manutenção barata e facil … Por incrível que pareça o meu Vectra GT esta se mostrando muito econômico, muito diferente da fama de beberam do 2.0 da GM, como todo mundo me falou antes da compra.

  • Mario, meu Astra não tinha média de consumo excelente, mas também não era um beberrão. Ele tinha consumo igual ao dos carros 1.8 Flexpower, só que com desempenho muito superior.

    No mundo perfeito, o 1.8 16V Ecotec deveria ter mais desempenho, beber menos e ter preço de manutenção semelhante/inferior ao motor 2.0 Flexpower.

  • Parizzi, aposto que vai render mais, beber menos e ter manutenção mais cara.

    O fator incisivo no consumo do carro está no peso e na relação de marchas. É só ver que o Focus 1.6 (motor econômico) tem um consumo relativamente elevado.

  • Mário Cesar disse:

    Acho difícil esperar todo esse avanço (desempenho, beber menos e ter preço de manutenção semelhante/inferior ao motor 2.0 Flexpower)no 1.8 da chevrolet especialmente falando de motor no BRASIL.

  • A má fama da chevrolet de motores e somente em relaçao ao 2.0 atual, pq o 1.0 e o 1.4 dao um show a parte comparando com os demais, ja esse novo motor deve beber quase a mesma coisa do 2.0, desempenho ligeiramente superior e ter manutençao mais alta.

  • como ja passou da hora da chevrolet apresentar um novo motor, creio que a espera valha a pena, se seguir os padroes de resposta dos atuais “antigos” conjutos motrizes, vai se superar e superar as espectativas dos consumidores

  • Magdiel disse:

    A chevrolet ta doida em tirar um Astra do mercado que ta saindo por 45 mil, pra colocar um de 70 mil que e o Cruze! quantas opçoes de de carros de 70 mil que tem no mercado? milhares.! pra q um carro robusto e manuteçao barata como o astra!

  • Olha só, bloco de alumínio não necessariamente configura um motor moderno. Junta de cabeçote de metal, não necessariamente configura um motor moderno. Comandos de válvula “variáveis” não necessariamente configuram um motor moderno. Os motores Família I e II da GM, quando da época de sua criação eram tão modernos que muitos de seus concorrentes o imitaram. E o tal “Ecotec”, que todo mundo diz “moderninho” é o mesmo que saí nas Meriva 16V a dez anos atrás, e se não tinha comando “variável”, tinha coletor de admissão de comprimento “variável”, que alterava as curvas de torque e potência através da alteração de seu comprimento.Esse motor, nada mais é do que uma evolução do motor do Corsa de 94, que por sua vez é “quase cópia” do motor 1.6 Família II de 1980. Acho que não há nada de antigo ou defasado nesses motores. Os carros que são equipados com eles sim é que estão muito atrasados. Bom mesmo é o tal motor VW AP, criação da DKW dos anos 50, ultra-moderno.

  • Anonymous disse:

    Seria bom a gente nao se enganhar pois na mesma faixa de preço existe o Elantra 1.8 16v de 160cv, torque de 18,5. sem falar no excelente cambio de 6 marchas tanto no MT quanto no AT. Acabamento e Desing fora do comum. ou Claro podemos ainda nos submeter a improvisos feito pelas atuais montadoras e contunar na mesma dureza de sempre, o futuro chegou, ja passou e ainda andamos com motor de monza.

    * O curze realmente é bonito mas ele só veio pra GM nao ficar sem folego perante as novidades, casso contrario o vectra continuaria com um pequeno facelight e o astra nao sairia de linha.

  • Anonymous disse:

    Já o AP consquistou e ainda conquista fanáticos pela durabilidade, baixa manutenção e bom torque. Agora botar motor 2.0 de golf 1999 no Jetta 2012 foi pra lascar, já o 2.0 TFSI é uma honra rodar por aqui a um preço não tao abusivo.

  • Tiago Santos disse:

    E essa folga no virabrequim, seria um problema de fabricação?
    Motor do Punto 07/08 1.8 hlx 8v consta esse barulho de folga excessiva no virabrequim.

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