Renault Fluence GT chega apimentado e salgado

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A Renault finalmente resolveu alterar a receita do seu bom sedã Fluence. Com a ideia de fazer uma “releitura de um prato de sucesso”, a marca pediu para o chef “Renault Sport”, especialista na gastronomia “caliente”, mudar a receita. Resultado: ele acertou em cheio na pimenta do Fluence GT, mas exagerou um pouco no sal!

O reconhecido “chef” Renault Sport assina os esportivos da marca na Europa. Para o Fluence vendido por aqui, a principal mudança está debaixo do capô: no lugar o interessante motor 2.0 16V flex, que desenvolve 140/143 cv de potência e 19,9/20,3 mkgf de torque, entra o propulsor de quatro cilindros a gasolina 2.0 16V turbo, com seus 180 cv de potência a 5.500 rpm e 30,6 mkgf de torque a 2.250 rpm. Esta é a mesma motorização do Mégane GT europeu.

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Mudanças visuais foram discretas

Em relação aos restaurantes concorrentes, a nova versão do sedã da Renault leva vantagem no torque, já que o Mitsubishi Lancer GT tem 20,1 mkgf, o Peugeot 408 THP desenvolve 24,5 mkgf e o Volkswagen Jetta TSi gera 28,5 mkgf. O “esportivo” Corolla XRS tem 20,7 mkgf.

Antes que você me questione sobre o “receita de sucesso”, afirmo que, para o Fluence, ser 5º colocado na categoria de sedãs médios no Brasil, com potencial para crescer, pode ser considerado sim um sucesso. Como eu disse antes, dificilmente ele ficará entre os três mais vendidos, mas o Fluence tem chance de tirar o Jetta da quarta colocação.

A pimenta realmente deu um gosto especial ao prato francês. De acordo com a Renault, o Fluence GT precisa de 8 segundos para ser acelerado de 0 a 100 km/h e atinge velocidade máxima de 220 km/h. O câmbio manual de seis marchas foi mantido, mas recebeu alterações para aproveitar melhor o desempenho do motor, sem sacrificar o consumo.

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Sais e belas rodas de aro 17″ se destacam nas laterais

Visualmente, o Fluence GT recebeu novos para-choques e saias laterais, um discreto aerofólio, além de belas rodas exclusivas de 17 polegadas. O ideal mesmo seria ter nova a dianteira do Fluence europeu. Por dentro, destaque para pedaleiras de alumínio; soleiras das portas com a inscrição “Renault Sport”, bancos esportivos com revestimento em couro natural e sintético, preto, com costuras em vermelho e volante de três raios com revestimento em couro com costura em vermelho.

A conta, por favor
Foi uma pena que a marca tenha deixou sua receita um pouco salgada. O preço sugerido é de R$ 79.370 – ainda inferior ao Corolla XRS quando ele foi lançado. O único opcional disponível no site da Renault é a pintura metálica (Preto Nacré e Vermelho Fogo), que custa R$ 1.200.

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Motor 2.0 16V turbo a gasolina desenvolve 180 cv de potênicia e 30,6 mkgf de torque

Tudo bem que Fluence tenha uma lista de equipamentos de série excelente, mas ele poderia custar na casa de R$ 75.000. Mas entendo porque ele vale cerca de R$ 80.000: o Fluence Privilège 2.0 16V CVT completo custa R$ 76.000 (+ R$ 1.200 da pintura metálica). Seria melhor se a marca reduzisse os preços das suas versões.

O sedã GT da Renault vem equipado com seis airbags (dois frontais, dois laterais e duplos do tipo de “cortina”); controles de estabilidade (ESP) e de tração (ASR); freios a disco nas quatro rodas com ABS com auxílio de frenagem de urgência (AFU) e distribuição eletrônica de frenagem (EBD); direção com assistência elétrica; ar-condicionado digital dual-zone com saídas de ar para o banco traseiro; sistema de som da Arkamys com rádio, CD Player, MP3, duas antenas, 4 alto-falantes e 4 tweeters, conexões USB/iPod, Bluetooth e auxiliar;  GPS TomTom com tela de 5″ integrada ao painel; partida do carro feita com cartão eletrônico e botão “Start/Stop” no painel; sistema Hands Free ( permite que o motorista acione o motor sem tirar o cartão do bolso), vidros, travas e retrovisores elétricos; teto solar; faróis de xenônio com lavador e regulagem de altura; entre outros itens.

Com três anos de garantia, a versão esportiva do Fluence mede 4,62 m de comprimento, 1,81 m de largura, 1,47 m de altura e 2,70 m de distância entre-eixos. O porta-malas tem capacidade para 530 litros e o tanque comporta até 60 litros de gasolina.

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Vai um cafezinho?
O Renault Fluence GT é mais uma alternativa saborosa para quem espera mais de um tradicional sedã médio no Brasil. O motor de 180 cv e 30,6 mkgf é o grande destaque, mas a lista de equipamentos de série também é excelente. Com certeza o modelo é um grande candidato a entrar na lista dos carros para se divertir até R$ 80.000.

O preço poderia ser um pouco menos salgado, mas se você estiver pensando em gastar R$ 80.740 num consagrado e cansado Toyota Corolla Altis (+ R$ 870 de pintura metálica/perolizada), ou R$ 84.990 num moderno e divertido Volkswagen Jetta TSi 2.0 Tiptronic (+ R$ 976 da pintura metálica ou R$ 1.440 da perolizada; + R$ 3.790 pelos faróis de xénon + R$ 2.369 pelo sistema de navegação + R$ 2.834 pelo teto de vidro corrediço/basculante), sem dúvida, passe numa concessionária da Renault. Se optar pelo Fluence GT, você terá um carro bem legal, além de sobrar um belo “troco” para o café.

Fotos: Renault/Divulgação

Comentários

  • Oi anônimo. O Fluence GT não tem muito o perfil do público feminino, uma vez que o carro tem um acerto geral (suspensão, câmbio manual de seis marchas, etc.) que costuma agradar mais aos homens.

    Mas ele pode sim também agradar às mulheres, embora eu ache que elas prefiram a versão Privilège com câmbio automático (CVT) do Fluence.

    Um abraço.

  • Wladimir Pereira disse:

    Este painel digital deveria estar na em todas as versões do Fluence.

    Quem sabe quando eles mudarem a frente do Fluence para a identidade visual global eles coloquem este belo velocímetro digital.

  • Parizzi, acho que agora os antigos donos de Marea Turbo já podem pensar em um substituto à altura.

    Pena que não tem o incrivel ronco dos 5 cilindros, mas esse pelo menos honra mais o perfil esportivo do que o Jetta TSI (automático), 408 thp (automático e mais manso) e Corolla XRS (POSER)

  • Anonymous disse:

    Ainda assim, muito caro para custar mais de 100 salários mínimos. Quanto mais gente comprar estes carros “comuns” por preços absurdos, a indústria automibilística vai continuar enfiando a faca….. Vide o novo I30 custando mais de 70k, com um motor 1.6 que tem desempenho igual a minha Saveiro 2011….¬¬

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