Volkswagen Kombi Last Edition deveria se chamar série especial “já vai tarde”?

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A Kombi finalmente vai se aposentar! Lançada na Alemanha em 1950 e produzida no Brasil desde 1957, a “velha senhora” dará adeus ao nosso mercado com uma honrosa série especial chamada de Last Edition. Mas será que não seria melhor que a última Kombi lançada não se chamasse “já vai tarde”?

Antes de responder, vamos conhecer detalhes da última Kombi nacional. Com produção limitada a 600 unidades, a edição especial será oferecida a partir deste mês com preço sugerido de R$ 85.000 (praticamente uma garantia de lucro de R$ 51 milhões).

O valor é realmente alto, mas as versões comuns da lendária Volkswagen também não são baratas: a furgão parte de sugeridos R$ 46.740, enquanto a Standard custa R$ 50.030.

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Usada como base para a série especial, a Standard vem equipada de série com dois cintos de segurança automáticos de três pontos (laterais dianteiros), um cinto de segurança abdominal (central dianteiro), iluminação do compartimento do motor, janela traseira em vidro transparente e aquecível, brake-light, revestimento do assoalho da cabine em borracha; revestimento do assoalho em borracha no compartimento de passageiros/de carga; revestimento do fundo do porta-malas em feltro liso; e temporizador do limpador do pára-brisa (lista disponível no site da Volkswagen).

Além destes itens, a Kombi Last Edition tem ainda pintura tipo “saia e blusa”, acabamento interno de luxo e elementos de design que remetem às inúmeras versões do veículo fabricadas no Brasil desde 1957. As unidades serão numeradas e terão placa de identificação.

Conheça um pouco mais da história da Kombi

A pintura da Kombi Last Edition é azul, com teto, colunas e para-choques brancos. Uma faixa decorativa, também branca, circunda todo o veículo logo abaixo da linha de cintura. A grade dianteira superior é também pintada na cor azul da carroceria, assim como as molduras das setas e aros dos faróis.

As rodas e as calotas são pintadas de branco. Os pneus com faixa branca dão um toque a mais de requinte e nostalgia ao modelo. Os vidros são escurecidos e o vigia traseiro tem desembaçador elétrico. As setas dianteiras têm lentes de cristal branco. Nas laterais também se destacam os adesivos que identificam a série especial “56 anos – Kombi Last Edition”.

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Por dentro, o modelo tem cortinas em tear azul nas janelas laterais e no vigia traseiro – as braçadeiras trazem o logotipo ‘Kombi’ bordado, um elemento de decoração típico das versões mais luxuosas das décadas de 1960 e 1970.

Os bancos têm forração especial de vinil: bordas em Azul Atlanta e faixas centrais de duas cores (azul e branca). As laterais e as costas dos assentos têm acabamento de vinil expandido Cinza Lotus. O modelo tem capacidade para 9 ocupantes.

O revestimento interno das laterais, portas e porta-malas também é de vinil Azul Atlanta, com costuras decorativas pespontadas. O assoalho e o porta-malas são recobertos por tapetes com insertos em carpete dilour Basalto, mesmo material que reveste o estepe. O revestimento do teto é em material não tecido Stampatto.

No painel, um dos destaques é a plaqueta de alumínio escovado que identifica a série especial, com o número correspondente a uma das 600 unidades. A primeira levará a placa “001/600”.

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Além disso, o painel traz serigrafia especial do quadro de instrumentos, que mantém o tradicional padrão com o velocímetro em posição central e, à direita, o mostrador do nível de combustível. A parte mais moderna do veículo, sem dúvida, é o seu sistema de som, que tem LEDs vermelhos, lê arquivos MP3 e possui entradas auxiliar e USB.

Dentro do porta-luvas, o comprador encontrará o manual do proprietário com uma capa especial comemorativa. A Kombi Last Edition será acompanhada, também, por um certificado especial atestando sua autenticidade.

O modelo é equipado com o motor EA111 1.4 Total Flex, que desenvolve potência de 78 cv quando abastecido com gasolina e de 80 cv com etanol, sempre a 4.800 rpm. O torque máximo é de 12,5 mkgf com gasolina e de 12,7 mkgf com etanol, a 3.500 rpm. O câmbio é manual de 4 marchas e as rodas são de 14 polegadas, com pneus 185 R14C.

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Resposta
Segundo a Volks, desde setembro de 1957 até julho de 2013 foram produzidas 1.551.140 unidades da Kombi na fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Após 56 anos ininterruptos de produção no Brasil, a Kombi tem a história de maior longevidade na indústria automobilística mundial. Este é realmente um recorde que impressiona.

Tenho grande respeito pela Kombi, pela Volkswagen, pelo que este veículo representa na história do mercado automotivo brasileiro e mundial, pelos proprietários do modelo, mas eu não via a hora da Kombi deixar de ser fabricada!

Ela até tem charme, mas seu projeto remete aos anos 1940! Tudo bem que o veículo recebeu inúmeras atualizações e melhorias, mas, mesmo assim, ele é ultrapassado em termos mecânicos, de design, conforto e, especialmente, segurança. Você pode até me contradizer: “Mas Parizzi, a Kombi é um veículo voltado para o trabalho”. Pergunto: e quem trabalha com o automóvel não merece segurança, conforto, mecânica moderna e, por que não, um belo design?

Quando olho para a Kombi fico com a sensação da Volkswagen ser uma montadora velha, presa ao passado. E, por ser brasileiro e por ter morado no país a maior parte da minha vida, realmente sempre tive esse sentimento. Mas, para o meu alívio, não foi isso que vi quando estive na Alemanha em junho deste ano. Lá pude enxergar a “verdadeira Volkswagen”, conhecendo os veículos mais novos e modernos da empresa, como Golf VII.

Por aqui, além da “velha senhora”, ainda temos Gol G4 e Golf IV,V (não vou citar outras marcas). Logo, aposentar a Kombi representa colocar um fim a uma “velha Volkswagen” que não tem mais sentido em existir no século 21. A empresa só pode voltar atrás como fez com o Fusca…

RIP Kombi! E que a “nova Volkswagen” reine absoluta!

Comentários

  • Enrico disse:

    parizzi, vc não poderia ter sido mais feliz nesse seu texto! conseguiu descrever muito bem o mesmo sentimento q eu tenho com a vw! parabéns! e sim, deveria ser kombi já vai tarde edition.

  • rock disse:

    Essa VW eh mt ridicula. 1o que deveria chamar Kombi para idiotas (pagar 85 mil numa porcaria dessa). 2o que eles soh vao parar de fabricar essa porcaria pq nao conseguiram adaptar o airbag, ou seja, eles pretendiam continuar fabricando esse lixo de automovel com o famoso parachoque humano.

  • jccg disse:

    PARIZZI sou eu o JCCG qria q vc colocasse minha duvida no “vale a compra?” entre os hatches compactos premium e os sedans pequenos escolhidos por mim;

    ford new fiesta S 1.5 16v manual
    peugeot 208 active 1.5 manual
    chevrolet onix LTZ 1.4 manual
    hyundai HB20 comfort plus 1.6 16v manual
    chevrolet prisma LT 1.4 manual
    chevrolet cobalt LT 1.4 manual

    pensei tmb no HB20S comfort plus 1.0 12v e no palio sporting manual mas nao sei se e uma boa escolha no preço q estou procurando os carros “entre 40mil e 41mil em media”

    • christian mora disse:

      De fato a Kombi é defasada e só será descontinuada por imposição da lei, mas se analisarmos o mercado, não existe veículo de trabalho que alie a facilidade de manutenção, capacidade de carga e durabilidade da velha Sra. Os veículos Koreanos são mais modernos, mas não aguentam nossas vias nem o tratamento rústico dado pelos nossos motoristas. Na Alemanha de fato existe uma outra VW, uma VW adequada para a Alemanha, nós estamos mais próximos da Africa ou Índia do que da Alemanha.

  • Henrique disse:

    jccg, é uma dúvida parecida mesmo com o Rock. Agora, colocar os sedãs na dúvida foi curioso. Se precisa do porta-malas, compre um deles. Eu indico o Prisma.

  • Fernando Lopes disse:

    Eu tenho um Kombi Last edition N°499, viajo o Brasil inteiro com ele com 9 pessoas felizes dentro, mais bagagem e o carro nem geme. Além disso por onde passo as pessoas querem tirar fotos e tem aquele ar de alegria que falta em nossas rodovias. Por mais carros felizes como este. Eu e minha família estamos muito felizes com nossa Kombi. Um carro pra pessoas felizes. Cantem mais. Beijos.

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