Aumento do IPI para os carros vale a partir de hoje! Como fica o seu bolso com isso?

Peugeot-concessionaria_Brasil-207

A partir de hoje, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros aumentou. Depois do Governo Federal “abrir as pernas” para as montadoras, agora o retorno parcial do (elevado) imposto realmente aconteceu. Mas como fica o seu bolso com isso? Será que a marcas com fábricas nos país irão reduzir o seus preços para compensar a elevação do imposto?

Respondendo à primeira pergunta, prepare o seu bolso. Os preços dos carros no Brasil devem aumentar, em média, entre R$ 1.200 e R$ 2.000 apenas com o retorno do IPI. Sem contar o lamentável aumento de preço previsto por causa da obrigatoriedade do airbag duplo e do ABS para os carros fabricados no Brasil a partir de hoje – elevação média de R$ 1.000 a R$ 1.500 por veículo (que não tinha esses equipamentos de série).

Retorno do IPIAté 1.0 flex1.0 a 2.0 flex1.0 a 2.0 a gasolinaUtilitáriosUtilitários de carga
Até 31/12/132%7%8%2%2%
01/01/143%9%10%3%3%
01/07/147%11%13%8%4%

Além disso, temos ainda o aumento “normal” efetuado por cada fabricante. Essa elevação de preço é natural, afinal, existe a compensação da inflação. Mas o que fazer quando a mesma montadora aumenta seus preços cinco vezes (até 6 vezes) num único ano, como fez a Chevrolet em 2013? Deveria haver uma punição por parte do Governo Federal.

Sobre a segunda pergunta acima, confesso que nem sei porque eu a fiz. É óbvio que as marcas não vão abrir mão do seu elevado lucro. Segundos dados divulgados pelo Banco Central no final de outubro, as montadoras multinacionais instaladas no Brasil tiveram um aumento expressivo de lucro nesse ano se comparado a 2012.

Conforme divulgou a Automotive Business, “os fabricantes de veículos voltaram a ser este ano o setor no Brasil que mais paga lucros às suas matrizes no exterior. De janeiro a setembro de 2013, as remessas das montadoras somaram US$ 2,57 bilhões, o que representou 15,7% de todos os pagamentos de dividendos feitos por todos os setores. O valor remetido nos primeiros nove meses do ano está 87% acima dos US$ 1,37 bilhão enviados no mesmo período de 2012 e já supera o total do ano passado inteiro (US$ 2,44 bilhões), quando a indústria automobilística instalada no País ficou na segunda posição entre os maiores pagadores de lucros – perdeu por pouco do setor de bebidas.”

Essa informação nos leva a um único raciocínio: as fabricantes nunca lucraram tanto!

Definitivamente, 2014 deverá ser um ano com o “freio de mão mais puxado” em termos de vendas de carro nos país. Impostos altíssimos, lucros elevados das montadoras e uma série de outros fatores garantirão veículos cada vez mais caros por aqui. Os chamados veículos de “baixo custo” deverão ficar na casa de R$ 30.000 – um absurdo! E imaginem também os preços, por exemplo, dos hatches médios, que, em 2013, sofreram com a completa perda de juízo das montadoras.

Espero, com toda sinceridade, estar errado na minha previsão e que os automóveis no Brasil passem a ter preços mais justos em 2014…

Comentários