Vendas de julho sobem, mas mercado automotivo continua em baixa de 8,6% em 2014

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O desempenho da indústria automobilística em julho aponta melhora com relação ao mês anterior, segundo dados divulgados na quarta-feira, 6, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Por outro lado, 2014 continua em baixa de 8,6% se comparado a 2013 em fabricação, exportação e vendas. Um provável reflexo dos altos preços dos carros comercializados no Brasil.

No sétimo mês do ano foram comercializados 294,8 mil autoveículos, 11,8% maior do que as 263,6 mil unidades de junho.

Em entrevista coletiva, Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, disse que o segundo semestre deste ano apresentará dados positivos em licenciamento, produção e exportação em razão de alguns fatores: “A segunda metade do ano terá mais dias úteis do que a primeira e, historicamente, este período apresenta desempenho superior. Além disso, acreditamos que as medidas anunciadas nos últimos dias trarão aumento de liquidez para a economia brasileira como um todo”.

Confesso que achei a fala dele meio vaga e decepcionante, pois, objetivamente, ela não disse nada de diferente. Fato é que, até agora, as montadoras não fizeram muito para ajudar o mercado, com demissões, férias coletivas e, infelizmente, aumento de valores, como podemos acompanhar – e o Sr. Moan ainda garante que o preço dos carros novos no Brasil é bastante bom. O Governo Federal tem impostos altíssimos mas, pelo menos, manteve o IPI reduzido.

Voltando aos números da Anfavea, os dados de julho foram superiores também para produção e exportação ao defrontar julho contra junho. Foram produzidos em julho 252,6 mil autoveículos, o que representa crescimento de 17% em relação as 215,9 mil de junho. As exportações também terminaram o período em alta de 40,2%: foram 34,2 mil unidades em julho e 24,4 mil no mês anterior.

Nas comparações com os resultados de 2013, contudo, o licenciamento de julho deste ano aponta queda de 13,9% ao se comparar com as 342,3 mil do mesmo mês de 2013. No acumulado do ano o declínio é de 8,6%: 1,96 milhão em 2014 e 2,14 milhões no ano passado.

Essa queda de quase 9% não me preocupa, pois o mercado brasileiro vendo numa crescente desde a última crise (quando o IPI foi originalmente reduzido) e era impossível manter a alta nas vendas por tanto tempo.

A produção dos primeiros sete meses de 2014, de 1,82 milhão de veículos, está 17,4% abaixo das 2,20 milhões do mesmo período do ano passado. Já no comparativo mensal a produção fechou julho com retração de 20,5% – 317,9 mil unidades foram fabricadas em julho de 2013.

Nas exportações a baixa foi de 35,4%: foram 204,4 mil no acumulado de 2014 e 316,4 mil no ano passado – Argentina é o principal problema. Ao analisar o resultado do mês, foram enviados para outros países 34,2 mil produtos, decréscimo de 36,7% frente as 54,1 mil de julho do ano passado.

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