Honda lança o novo City, que já mostra evoluções em relação ao Fit. Preços e freios poderiam ser melhores

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A Honda acaba de lançar a nova geração do City no Brasil! Produzido em Sumaré/SP, o modelo chega com novo design, mais espaço, conjunto mecânico retrabalhado e com visíveis evoluções em relação ao irmão Fit. Uma pena que os freios tenham piorado e que os preços continuem altos, especialmente da versão topo de linha.

Demorei um pouco para escrever sobre o novo City porque eu quis conhecer o modelo de perto antes. E, logo de cara, fiquei muito satisfeito com o que encontrei. Sem dúvida, o carro deu um passo acima, ficando “cada vez mais Civic” (acabamento, tamanho etc.).

Em termos visuais, a dianteira do City mistura o Civic e o Fit, criando um conjunto interessante. Já a traseira é o ponto alto do design, mostrando que a Honda sabe fazer um bom trabalho atrás, diferente do que aconteceu com o Civic brasileiro (incluindo o 2015).

A segunda geração (no Brasil) do City chega com uma nova plataforma (a mesma do Fit), o que possibilitou a ampliação do espaço interno (graças ao entre-eixos 5 cm mais longo) e um pouco da capacidade do porta-malas. Além de mais espaço, os passageiros traseiros também se beneficiam com o assoalho plano, o que aumenta o conforto para quem vai no meio.

Motor, câmbio, suspensão e freios a tambor
O novo Honda City está disponível em quatro versões: DX, LX, EX e EXL. Todas contam com o motor 1.5 16V, o mesmo do Fit, que agora conta com a tecnologia FlexOne, que dispensa o tanque auxiliar de gasolina para partida a frio, pois aquece o combustível no próprio bico injetor, quando necessário. Segundo a Honda, esse propulsor de quatro cilindros desenvolve 115 cv de potência com gasolina, 116 cv com etanol e 15,3 kgfm de torque com qualquer combustível.

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Outra novidade no City 2015 é o câmbio automático CVT (Continuously Variable Transmission – Transmissão Continuamente Variável) com sete velocidades e paddle shift (aletas no volante), disponível nas versões EX e EXL. Claramente essa já é uma evolução em relação ao Fit – o monovolume abandonou o uso do paddle shift na nova geração (para a tristeza de muitos consumidores).

De acordo com a Honda, o sistema CVT do City conta com conversor de torque e uma elasticidade de giro maior, o que melhora a tração em baixas velocidades, proporcionando uma resposta mais rápida, aceleração linear e economia de combustível. Na versão de entrada, DX, o câmbio é manual de cinco marchas (já deveria ser de seis velocidades), enquanto todas as outras contam com o CVT (a LX não tem borboletas).

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Como o City ficou maior, sua motorização poderia ter acompanhado esse crescimento. Por mais que o motor 1.5 16V tenha evoluído, senti falta de fôlego na rápida volta que dei no carro. O desempenho é bem honesto mas, para ter um pouco mais de rendimento, você precisa sacrificar o consumo. O ideal mesmo seria que esse propulsor já tivesse a potência de 132 cv e os 15,7 mkgf de torque do Fit norte-americano ou um motor maior, para o sedã trabalhar com mais fôlego. Mas repito o que eu disse: o desempenho do City 2015 é bem honesto.

De acordo com a marca japonesa, a suspensão e os freios do City 2015 também passaram por alterações. Sobre a primeira, na dianteira, o sistema do tipo MacPherson tem nova geometria, recebeu componentes mais leves e agora conta com um batente hidráulico para reduzir o efeito “rebound” (ricochete) – evita o impacto da suspensão no final do curso ao sair de uma lombada, por exemplo. Na traseira, as principais mudanças foram a adoção de buchas hidráulicas e de um eixo de torção mais rígido.

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Na prática, o carro está mais confortável. As conhecidas “batidas secas” da suspensão melhoraram muito enquanto, na estrada, o comportamento geral está melhor. O que piorou foram os freios. Adotar tambor nas rodas traseiras (já vimos isso antes) não foi uma boa ideia, pois tornou a frenagem do City 2015 pior do que a da geração anterior – como a imprensa especializada tem demonstrado (Quatro Rodas de Outubro de 2014, por exemplo). Definitivamente, como aconteceu com o Fit, esse é um dos pontos cruciais a serem urgentemente melhorados no City.

Em termos de consumo, infelizmente, não consegui medir. Espero receber o modelo para teste para fazer uma medição.

Honda City 2014Honda City 2015
Motor1.5 16V1.5 16V FlexOne
Potência (cv) (G/E)115/116 a 6.000 rpm115/116 a 6.000 rpm
Torque (kgfm) (G/E)14,8 a 4.800 rpm15,3 a 4.800 rpm
CâmbioManual ou AT (5 marchas)Manual (5) ou CVT (7 marchas)
Comprimento (m)4,4004,455
Altura (m)1,4801,485
Largura (m)1,6951,695
Entre-eixos (m)2,5502,600
Tanque de combustível (l)4746
Porta-malas (l)506536* (485 + 51)
Peso (kg)1.134 (DX), 1.176 (LX), 1.192 (EX)1.076 (DX), 1.123 (LX), 1.126 (EX) e 1.137 (EXL)

*: 485 litros acima da tampa assoalho mais 51 litros de espaço útil abaixo da tampa do assoalho.

Por dentro, outra evolução do City 2015 em relação ao Fit 2015 está no painel, que tem mais requinte no sedã. Como destaque, o modelo traz ar-condicionado digital com comandos touch screen, inédito em um modelo fabricado no Brasil – mas, definitivamente, pouco prático.

O City possui central multimídia com monitor de 5”, câmera de ré com três níveis (visão normal, com campo ampliado e de cima para baixo), oito alto-falantes, controle de áudio no volante, Bluetooth e entradas auxiliar, para USB e iPod/iPhone – mas, até hoje, nada de GPS. O sedã traz ainda ancoragem para assentos infantis compatíveis com os tipos ISOFIX e LATCH.

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Produzida em Sumaré (SP) e disponível nas cores Marrom Júpiter Metálico (inédito e exclusivo do modelo), Cinza Barium Metálico, Cinza Iridium Metálico, Prata Global Metálico, Branco Taffetá e Preto Cristal Perolizado, a linha City 2015 oferece três anos de garantia, sem limite de quilometragem.

Versões, preços e equipamentos

Honda City DX MT – R$ 53.900 (pintura sólida)
Principais equipamentos de série: rodas de aço aro 15” com calotas, retrovisores, travas das portas e vidros elétricos, áudio AM/FM/USB + HFT (conexão bluetooth), direção elétrica EPS, ar-condicionado manual, painel de instrumentos com iluminação na cor âmbar, airbag duplo frontal, freios com sistema ABS e EBD; travas vidros e retrovisores elétricos; banco do motorista com regulagem altura, coluna de direção ajustável em altura, computador de bordo; tomada 12 volts, dois alto-falantes, para-sol com espelho para motorista, entre outros.

Honda City LX CVT – R$ 62.900 (pintura sólida)
Itens da versão DX, além de grade dianteira e friso traseiro cromados, rodas de liga leve aro 16” diamantadas, quatro alto-falantes, painel de instrumentos com iluminação na cor âmbar, banco traseiro bipartido (60/40) descanso de braço central, coluna de direção regulável em profundidade, para-sois com espelho para motorista e passageiro, porta-malas com iluminação interna, porta-revistas atrás do banco dianteiro do passageiro, vidro do motorista com função 1 toque (subida e descida) e anti-esmagamento, alarme, entre outros.

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Honda City EX CVT – R$ 66.700 (pintura sólida)
Itens da versão LX com a adição de grade dianteira, maçanetas externas e friso traseiro cromados; faróis de neblina, retrovisores externos com luzes indicadoras de direção; câmbio CVT com paddle shift; ar-condicionado digital com comando touchscreen; sistema multimídia com monitor de 5” e 8 alto-falantes + HFT; controle de áudio + HFT no volante, câmera de ré multivisão; piloto automático, chave tipo canivete, para-brisa dégradé, entre outros.

Honda City EXL CVT – R$ 69.000 (pintura sólida)
Equipamentos da versão EX mais bancos e volante revestidos em couro, apoio de braço dianteiro com compartimento e airbags laterais dianteiros.

As pinturas metálica e perolizada custam R$ 990.

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Resumo da obra
A evolução do City é bem mais perceptível do que a do Fit, ainda mais porque a Honda já corrigiu algumas coisas em relação ao monovolume, como a inclusão de paddle shift para o bom câmbio CVT do sedã e o acabamento mais refinado. O carro ficou maior, mais espaçoso e confortável – além de bem mais bonito.

O aspecto negativo fica por conta da segurança: os freios pioraram e os bem-vindos airbags laterais estão disponíveis apenas para a versão topo de linha, EXL. Outro ponto que precisa melhorar mas que, dificilmente será retrabalhado pela Honda, é o preço do City 2015. Por R$ 53.600, a versão DX tem até um valor aceitável, mas fica devendo em equipamento. Além disso, ao superar a cada de R$ 60.000, tenho sérias dúvidas se vale investir tanto num sedã com motor 1.5.

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No mundo ideal, teríamos o City LX manual por R$ 53.600 e o LX CVT por R$ 56.900, abandonando a versão DX. Depois, um degrau a acima, teríamos o City EXL por R$ 62.900. Mas, como a Honda jamais fará isso, bastaria vender a versão EXL pelo preço da EX e equipar um pouco mais a DX para termos um City com um custo/benefício melhor. Ainda assim, o Honda City 2015 é um carro que sempre deve estar na lista de quem está interessado na compra de um sedã mais refinado.

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