Teste: Fiat 500 – Da desconfiança a um sério candidato à minha garagem

Fiat-500-Cabrio-2014-Brasil-manualQuando se tem praticamente 2 metros de altura, suas opções na hora de escolher um carro são bem mais limitadas. Por isso, sempre tive carros de, pelo menos, porte médio, como o meu saudoso Chevrolet Astra. Quando solicitei um Fiat 500, não necessariamente para um teste aqui para o De 0 a 100, mas sim para fazer uma surpresa para a minha esposa (então noiva) no dia do nosso casamento, não imaginei que uma coisa pudesse acontecer.

Como fazia muito tempo que eu tinha dirigido um Cinquecento (ainda polonês), fui buscar o compacto italiano com muita desconfiança, afinal, o modelo é menor do que o Uno. Mas, foi só rodar alguns quilômetros para me lembrar porque eu tinha gostado tanto do 500 antes e perceber que o modelo importado do México era ainda melhor do que o vindo da Polônia. Mas essa não era uma versão convencional, mas sim uma conversível. E o que eu não esperava que acontecesse, aconteceu: o Fiat 500 virou um sério candidato à minha garagem!

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Fiat 500 – Crédito dessa foto: Jivago Sales

Embora muito divertido, eu não compraria um 500 conversível, especialmente por causa do preço: R$ 66.965 para uma versão Cabrio com pintura branca sólida, com teto vermelho e com o Kit Convenience 1 (composto por Blue&Me – Sistema baseado no Windows Mobile, operado por comandos de voz, com porta USB e viva-voz Bluetooth – compatível com iPod; audio Alpine Premium; piloto automático e volante revestido em couro com comandos do rádio), pacote que equipa praticamente todas as unidades importadas para o Brasil – e o carro que me foi emprestado.

Como a Fiat, infelizmente, não importa mais do México a versão Sport Air com motor 1.4 16V flex e câmbio automático de seis velocidades, a minha opção seria pelo 500 Cult 1.4 8V flex com câmbio manual e teto convencional, que, atualmente, parte de também caríssimos R$ 56.900 (R$ 58.965 com o kit Convenience 1) com pintura sólida.

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Praticidade e espaço

Se, por um lado, o preço não colabora nem um pouco, por outro, a praticidade é impressionante. Simplesmente em todas as vagas onde precisei estacionar o 500 coube com facilidade. Em algumas delas, por mais simples que fossem, quase errei a baliza, pois estou acostumado a dirigir, todos os dias, um carro quase 95 cm mais comprido e cerca de 13 cm mais largo em relação aos 3,546 m e 1,672 m, respectivamente, do compacto italiano.

Se o 500 é pequeno por fora, por dentro, seu espaço é bom apenas para os ocupantes que vão nos bancos da frente. Mesmo com os meus 1,97 cm de altura, encontrei uma boa posição de dirigir, com espaço para as minhas pernas e para a cabeça. A alavanca do câmbio era alta, facilitando as trocas de marcha. Só senti falta do ajuste de profundidade do volante, item que não está disponível nem como opcional. Quem vai atrás passa muito aperto, literalmente, de todas as formas.

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Motor e consumo de combustível

Quando tem quatro pessoas e o máximo possível de coisas no porta-malas, junto com os 1.080 kg de peso, o 500 sofre um pouco como qualquer outro carro da Fiat equipado com o motor 1.4 8V Fire Flex.

Mas, com até duas pessoas e bagagem, os 85 cv de potência e 12,4 kgfm de torque com gasolina e 88 cv e 12,5 kgfm com etanol são bem interessantes para o 500, em especial para as versões com teto convencional, que isolam melhor o excesso de ruído do propulsor 1.4, que insistiu em entrar pela cabine do Cinquecento Cabrio enquanto ele esteve comigo.

Por ser um veículo urbano, o 500 é praticamente perfeito na cidade. Como adiantei, cabe em quase qualquer vaga, tem desempenho interessante, boa posição de dirigir e média de consumo que poderia ser melhor, mas ainda aceitável: 7,4 km/l com etanol (não tive tempo para medir com gasolina) – na capital mineira, Belo Horizonte, com sua topografia desfavorável para boas médias de consumo.

Fiat-500-Cabrio-2015-interiorNa estrada, o 500 não passa a sensação que será “levado pelo vento” quando um caminhão passa ao lado. Pelo contrário, o pequeno é um carro “assentado”, próximo ao chão, passando uma sensação de mais segurança do que o Uno, por exemplo.

O desempenho do motor 1.4 8V é satisfatório, mas, como o escalonamento das marchas é voltado para explorar um propulsor pequeno que precisa de mais força em baixas rotações, o consumo foi sacrificado, fazendo 10,3 km/l com etanol (velocidade entre 80 km/h e 110 km/h, com ar-condicionado ligado), sem contar o excesso de ruído dentro da cabine do pequeno conversível (mesmo com a capota fechada).

Visual

Visualmente, o 500 já não causa o mesmo impacto e suas linhas já pedem uma atualização, já com data para acontecer num futuro próximo. Mesmo assim, ele continua bonito e me agradando muito.

A versão Cabrio 1.4 traz duas opções de cor para o teto de lona: preto e vermelho (carro avaliado). Ele pode ser operado por meio de comandos elétricos e tem três posições diferentes de vão de abertura, que se retrai até a tampa do porta-malas. A ação de abertura ou fechamento pode ser feita com o carro em movimento a uma velocidade de até 80 km/h. Falando do porta-malas, na versão Cult, com teto normal, a capacidade é de 185 litros, enquanto na Cabrio, o volume é de mínimos 153 litros.

Fiat-500-Cabrio-2014-Brasil-manual-conversivelEquipamentos de série

O 500 Cabrio vem importado do México equipado, de série, com direção elétrica Dual Drive, airbag duplo, freios com ABS + EBD, ESP, Hill Holder, ESS (sinalização de frenagem de emergência), ASR, sensor de estacionamento, ar-condicionado, trip computer A e B, rádio CD com MP3 e entrada auxiliar, seis alto-falantes, faróis dianteiros com regulagem elétrica de altura, predisposição para fixação de cadeira infantil ISOFIX, bancos dianteiros com easy-entry, banco do motorista com apoia-braço, memória e regulagem de altura, banco do passageiro com memória, banco traseiro bipartido, retrovisores externos elétricos, função Sport, vidros e travas elétricos, chave canivete com telecomando de abertura e fechamento das portas, follow me home, comando elétrico de abertura do porta-malas e da tampa de combustível, volante com regulagem de altura, tomada de 12V no console central, rodas de liga leve 15 polegadas, porta-objetos sob o banco do passageiro, nas portas, no encosto dos bancos dianteiros e no console central, entre vários outros itens.

Na linha 2015, o modelo recebeu um novo console central com porta-copos duplo, porta-objetos e entrada USB adicional (sendo que a entrada USB do porta-luvas continua presente) – mudanças bem-vindas.

Fiat-500-Cabrio-2015-conversivel-capotaResumo da obra

Por sua versatilidade urbana, o Fiat 500 virou um sério candidato à minha garagem. Ele é fácil e gostoso de dirigir, tem um desempenho aceitável e resolve praticamente tudo que você precisa dentro de uma cidade – com exceção de uma carona para amigos e familiares no banco traseiro. O consumo poderia ser melhor, mas não é ruim. E o visual, já um pouco cansado, ainda agrada muito.

Na falta das versões com câmbio automático e motor 1.4 16V Multiair flex, e por não gostar da transmissão Dualogic (Plus), eu optaria por uma unidade Cult manual 1.4 8V com teto convencional. O 500 Cabrio é muito legal, mas, para o meu uso, ser conversível não tem nenhuma vantagem.

Uma pena que, como a maioria dos carros do Brasil hoje, o preço do 500 esteja muito alto, ainda mais porque o modelo não recebeu alterações nas linhas 2014 e 2015 que justificassem a elevação dos valores. Se isso não fosse o suficiente, a alta do dólar encarece ainda mais o pequeno italiano. Ainda assim, se você procura um carro compacto, para rodar na cidade, que cabe em qualquer vaga, seja para ser o primeiro ou segundo carro da casa, ou mesmo para ser o carro da “curtição”, leve muito em consideração um 500 – modelo que considero um dos melhores da gama da Fiat hoje no mercado nacional.

Comentários

  • pedro rt disse:

    eu pessoalmente apesar de gostar do 500 prefiro muito mais o UP! ainda mais agora nas versoes TSI, parizzi vai dar uma olhada no UP! TSI q eu acho um negocio bem melhor especialmente na versao top o SPEED UP!

  • HENRIQUE disse:

    EU TENHO UM SPORT POLONÊS, DUALOGIC, DESDE 2011, (INDEPENDENTEMENTE DE VALOR) NÃO TROCO POR NENHUM OUTRO CARRO. SÓ NÃO COMPRO MAIS UM, CABRIO, PORQUE ELE É ORIUNDO DA SERIE MEXICANA, TOTALMENTE DIFERENTE DO MEU MECANICAMENTE E ESTRUTURALMENTE.

  • washingto luiz de souza disse:

    Possui 03 500
    1° sport 1.4 Air teto solar
    2° Cabrio 1.4 aut
    3° Cabrio 1;4 dual
    estou ainda com o 3° muito feliz e ser sair um novo 500 com design diferente bem provavel q compre…
    Muito Feliz !!!

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