Teste – Descobri o segredo do Chevrolet Onix ser o carro mais vendido do Brasil

Chevrolet Onix versão LT 2016 visto de frente
Chevrolet Onix LT 1.0 2016 alugado foi avaliado pelo De 0 a 100

Assim como acontece com a Ford, a Chevrolet, infelizmente, continua sem dar muita bola para os meus e-mails e sem me emprestar carros para análises. Mas isso não me impede de sempre tentar levar conteúdos dessas marcas para os milhares de leitores do De 0 a 100. E, agora, fiz o possível para descobrir qual é o segredo que faz do Chevrolet Onix o carro mais vendido do Brasil em 2016.

Para isso, precisei alugar a versão LT 1.0 do hatch, uma das preferidas do público. Diferente do Fiat Bravo, que deu adeus em definitivo, esse é mais um teste de despedida, mas, nesse caso, apenas antes da primeira reestilização do veículo da General Motors.

Logo de cara, já conto parte do segredo: o Onix vende muito porque ele é um verdadeiro Chevrolet – nas qualidades e defeitos! Ao dirigí-lo por quase 200 km, na cidade e na estrada, pude me lembrar do Opala do meu tio, do Omega do meu vizinho, do Monza que o meu pai teve (pior carro das nossas vidas), do Vectra do meu tio, dos dois Vectras que testei (quando a marca tinha a mente mais aberta no empréstimo de carros para análise) e, claro, do meu saudoso, especial e inesquecível Astra, um dos automóveis que mais marcou a minha vida.

Chevrolet Onix versão LT 2016 visto de lado e meio de cima
Visual do Chevrolet Onix ainda agrada, especialmente a traseira

Conforto e ergonomia

Fiquei realmente impressionado como pude me recordar de tantos carros da marca ao conduzir o Onix. Seguindo a tradição, seu rodar é robusto e previsível, o que é bom para as nossas ruas e estradas.

Na cidade, ele vai muito bem, com até boa agilidade, cabendo em quase todas as vagas, com espaço suficiente para levar a esposa e os amigos com tranquilidade. Na estrada, falta um pouco mais de conforto e espaço aos ocupantes para viagens mais longas, embora o acabamento não seja ruim. Com 280 litros, o porta-malas é honesto.

O que poderia melhorar no Onix é a ergonomia. A falta de ajuste de profundidade no volante incomoda, assim com os comandos muito baixos do ar-condicionado. Agora, o maior defeito do veículo é o puxador das portas dianteiras – o pior que vi nos meus mais de 10 anos como jornalista automotivo e, talvez, o pior entre os carros do Brasil vendidos atualmente. Com a peça muito recuada, abrir e fechar as portas vira quase uma ginástica.

Detalhe do puxador da porta do passageiro dianteiro do Onix 2016
Puxador das portas dianteiras do Onix são os piores do mercado nacional

Outro aspecto que me decepcionou um pouco no Onix foi o seu painel de instrumentos. Inspirado numa moto, ele tem até boa visibilidade, mas é muito simplório e pobre, deixando um pouco a desejar num veículo que custa a partir de (altos) R$ 39.190 (LS 1.0 sem nenhum opcional).

Desempenho e consumo

Debaixo do capô, o Onix traz o ultrapassado e confiável motor (SPE/4) 1.0 8V, de quatro cilindros, que desenvolve 78 cv de potência e 9,5 mkgf de torque com gasolina e 80 cv e 9,8 kgfm com etanol.

Nas minhas médias de consumo, com etanol no tanque, fui superado pelo Inmetro na cidade (7,8 km/l do órgão, contra 6,7 km/l da minha medição), mas o bati na estrada: 9,2 km/l do instituto e 10,2 km/l com a minha condução.

Não importando quem “venceu”, são números muito ruins para um veículo 1.0 em pleno 2016. Pelo menos isso deverá melhorar em breve com a linha 2017.

Painel do Onix LT 2016 1.0, da Chevrolet
Inspirado em motos, painel de instrumentos do Onix não me agrada

Na cidade, não tive problemas com o Onix. Com uma ou duas pessoas, sempre com o ar-condicionado ligado, ele foi muito bem no meu dia a dia, me atendendo perfeitamente, com exceção da média de consumo, da ergonomia e do fato da minha cabeça raspar no teto mesmo com o banco do motorista todo para baixo (mas sei que sou uma exceção pela minha altura).

Na estrada, com 3 pessoas, pouca bagagem e ar-condicionado ligado, senti que falta fôlego ao propulsor 1.0, exigindo mais cuidado nas ultrapassagens. Em termos dinâmicos, o sistema de freios foi satisfatório e o comportamento em velocidades mais altas (110 km/h) foi bom, com a tradicional tendência do modelo a sair de frente nas curvas, como acontecia com o Astra.

Um parênteses: chega a ser gritante como o Onix é um veículo muito superior ao Agile em todos os aspectos relevantes. Não é à toa que um saiu de linha rapidamente, enquanto o outro é o carro mais vendido do Brasil em 2016 até agora.

Visão de frente do Onix versão LT 2016
Dianteira mudará em breve com a chegada da linha 2017 do Onix

Equipamentos e preço

Entre os principais equipamentos de série do Onix LT 1.0 2016, destaque para alarme, airbag duplo, brake light, freios com ABS, maçanetas externas e para-choques na cor do veículo, roda de aço aro 14” com calotas integrais, abertura do porta malas por controle remoto; ar-condicionado, chave tipo canivete dobrável, direção hidráulica; desembaçador, limpador e lavador elétrico do vidro traseiro; painel de instrumentos com conta-giros, velocímetro com display digital, hodômetro parcial e marcador de nível de óleo; sistemas de luz “leve-me” (acendimento automático de faróis e lanternas ao destravar as portas pelo controle remoto) e “siga-me” (faróis permanecem acesos por um período de tempo após travamento das portas); tomada de força 12V; trava elétrica das portas e da tampa de combustível; vidro elétrico nas portas dianteiras com acionamento por “um toque”, antiesmagamento e fechamento/abertura automática pela chave; predisposição para instalação de rádio (não incluso fiação para alto-falantes nas portas); banco do motorista com regulagem de altura e banco traseiro rebatível, entre outros.

Baseado nessa lista de itens de série, no motor 1.0 e na proposta do veículo, o Chevrolet Onix LT deveria ser um carro de, no máximo, R$ 39.000. Mas, atualmente, o preço sugerido do modelo é R$ 43.390. Como a maioria dos carros no Brasil, o hatch compacto premium da GM deveria (e poderia) custar menos.

Chevrolet Onix versão LT 2016 visto por trás
Onix é o carro mais vendido do Brasil em 2016 – até agora

Resumo da Obra

Segredo revelado: o Chevrolet Onix é o carro mais vendido do Brasil porque ele é uma das compras mais seguras que existe – você não se arrisca em nada. Você tem uma ampla rede de concessionárias espalhadas pelo país como suporte; um veículo com espaço interno e porta-malas compatíveis com a proposta do modelo; lista de equipamentos suficiente para a categoria; conjunto mecânico robusto, motor confiável (e ultrapassado); e desempenho honesto.

Pagar caro em automóveis é algo que o brasileiro, infelizmente, já se acostumou. Por isso, o Onix está no topo do ranking nacional de vendas de 2016, superando concorrentes até melhores do que ele, mas que não reúnem tantas qualidades confiáveis ao mesmo tempo.

Agora, com a chegada da linha 2017, a Chevrolet irá corrigir o problema da ergonomia, melhor o desempenho e a média de consumo, além de evoluir em mais alguns pontos. O preço continuará alto, mas, dificilmente, o Onix perderá a coroa nesse ano.

Fotos: Rento Parizzi / De 0 a 100

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Comentários

  • pedro rt disse:

    os preços da linha onix/prisma 2017 ja sairam e pessoalmente fiquei decepcionado e ate chocado com os preços do prisma q vao de 54mil ate 65mil! oq e dmais pra um sedan pequeno com motor derivado de um lançado em 1995! nesse momento ta valendo mais apena comprar o cobalt q esta com descontos de 4mil a 3mil em media e custando pouca coisa a mais q o novo prisma, alem do mais ele tem mais espaço interno, mais portamalas, mais motor e mais elegancia e imponencia

  • pedro rt disse:

    semana q vem chega o ONIX JOY e PRISMA JOY eles serao 1.0 e serao os substitutos espirituais de fato dos antigos celta e prisma pois serao mais simples e mais baratos, a expectativa e q ambos custem na casa dos 30mil

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