Alta Roda – Vencedores e vencidos do mercado automotivo brasileiro 2016

Em ano tão difícil para o mercado automotivo brasileiro 2016, as preferências do consumidor não mudaram tanto. Continuou a forte aceitação de utilitários esporte compactos: cresceram 7% em um mercado que recuou 19%. A maior surpresa aconteceu entre picapes médias. A Toro, enquadrada por carregar até uma tonelada, além de garantir liderança, foi a principal razão desse segmento ter subido nada menos de 21% sobre 2015.

Compactos hatches e sedãs continuam a liderar com folga a preferência dos brasileiros. Venderam-se no ano passado 1.128.309 unidades, correspondentes a 57% do total. No entanto, os SUVs divididos por essa Coluna em quatro subsegmentos responderam juntos por 14%, um resultado anos atrás quase impensável. Para se ter ideia, todos os demais segmentos de automóveis reunidos (incluindo stations, monovolumes e crossovers) representaram 10% do total comercializado.

Destaques para os Mercedes-Benz liderando as três divisões em que competiu com BMW, Audi e outros. Também impressionou a posição inabalada do Corolla e o Compass, em segundo lugar, com pouco mais de um mês de vendas em 2016.

Classificação da Coluna soma hatches e sedãs da mesma família, independentemente do nome do modelo. Sedãs com entre-eixos de significativa diferença classificam-se à parte (Grand Siena, Logan, Etios e outros). Base é o Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores). Citados apenas os modelos mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.

Compacto: Onix/Prisma, 19%; HB20 hatch/sedã, 15%; Ka hatch/sedã, 9%; Gol/Voyage, 7%; Palio/Fire/Siena, 6%; Sandero, 5,6%; Fox, 3,9%; up!, 3,4%; Etios hatch, 3,3%; Uno, 3%; Etios sedã, 2,64%; Grand Siena, 2,6%; Mobi, 2,5%; Logan, 2,1%; Cobalt, 2%; Versa, 1,9%; Fiesta hatch/sedã, 1,7%; March, 1,6%; City, 1,4%; C3/DS3, 1%. Dupla Onix/Prisma consolida-se.

Médio-compacto: Corolla, 39%; Civic, 13%; Cruze hatch/sedã, 9,5%; Golf/Jetta, 9%; Focus hatch/sedã, 7%; Sentra, 4%; Fluence, 3%; Corolla inabalado.

Médio-grande: Mercedes Classe C, 29%; BMW Séries 3/4, 26%; Fusion, 25%. Classe C é novo líder.

Grande: Mercedes Classe E/CLS, 35%; Audi A6/S6/RS6, 21,6%; BMW Série 5/6, 21,3%. Mercedes mantém posição.

Topo: Mercedes Classe S, 46%; BMW Série 7, 17%; A8, 15%. Líder recua só um pouco.

Esportivo: Camaro 39%; TT, 34%; WRX, 12%. Camaro segurou a ponta.

Esporte: 718 Boxster/Cayman, 31%; 911, 30%; BMW Z4, 14%. Equilíbrio alemão.

Station: Weekend, 65%; SpaceFox, 22%; Golf Variant, 9%. Weekend sem adversárias.

SUV compacto: HR-V, 28%; Renegade, 26%; EcoSport, 14%. Liderança bem disputada.

SUV médio-compacto: ix35/Tucson, 37%; Compass, 11%; Outlander, 8%. Resultado vai mudar.

SUV médio-grande: SW4, 54%; Pajero Full/Dakar, 12%; XC60, 9%. Líder sem ameaças.

SUV grande: Trailblazer, 26%; BMW X5/X6, 14%; Range Rover Sport/Vogue, 10%. Com mais folga.

Monovolume pequeno: Fit, 45%; Spin, 36%; C3 Aircross, 12%. Sem surpresas.

Crossover: ASX, 58%; Range Rover Evoque, 24%; Freemont/Journey, 16%. Consolidação na ponta.

Picape pequena: Strada, 49%; Saveiro, 28%; Montana, 12%. Strada imbatível.

Picape média: Toro, 29%; Hilux, 24%; S10, 19%. Novo líder já esperado.

RODA VIVA

APESAR de vendas de automóveis e comerciais leves e pesados no último mês do ano passado terem sido animadoras (as melhores de 2016), a quarta queda anual consecutiva trouxe frustrações. Afinal, os números foram bem inferiores ao projetado no final de 2015. Exportações conseguiram se destacar: subiram 25% em volume, porém apenas 1,6% em dólares.

PARA este ano, Anfavea fez previsões conservadoras em razão da instabilidade mais política do que econômica. A entidade, entretanto, aponta números positivos para 2017: 12%, produção; 4%, mercado interno e 7%, vendas ao exterior. Ano de 2016 terminou com apenas 26 dias de estoques totais (abaixo do normal), em parte por efeito estatístico.

CRUCIAL para o futuro da indústria as diretrizes setoriais de médio e longo prazos a serem anunciadas pelo governo federal no segundo semestre. Talvez o programa nem se chame Inovar-Auto II, mas exige consistência, foco em inovação, competitividade e eficiência energética.

VOLKSWAGEN espera recuperar-se do seu pior ano no Brasil: perdeu 45 dias de produção em um contencioso com o grupo Prevent (fornecedor de bancos). Em 2017 terá ofensiva de lançamentos como up! retocado e novo Tiguan. Maior aposta é no Gol, com mesma arquitetura do novo Polo (estreia na Europa, agora em março). Empresa nega, mas fontes da Coluna indicam início da produção no segundo semestre.

Foto do Citroen C4 Lounge THP com câmbio automatico na versão Exclusive 2017
Citroën C4 Lounge THP

NADA fácil para o Citroën C4 Lounge concorrer no segmento tão povoado como os médio-compactos, em que marcas japonesas imperam. Mas o modelo argentino se ajustou ao longo do tempo, em particular no acabamento geral e nos equipamentos de série incluído sistema multimídia. Motor 1,6 turboflex e câmbio automático de seis marchas são os destaques.

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